Autor: Fernando de Padua Laurentino - Butantã II - USP - Turma D.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

3 - O juízo moral da criança




Pensando sobre os princípios de heteronomia e autonomia da criança me ocorreu a seguinte questão: Não seria na passagem destes dois momentos, na construção do juízo moral infantil ou juvenil, que se inicia as noções de ética?
A criança quando no estado de heteronomia, ou seja, em que ela aprende que as regras existem e advém de fontes variadas, está ainda norteada por suas emoções. A construção e estabelecimento de regras na sua vida está amparada no amor e no medo que pode sentir de pais, parentes, professores, adultos em geral etc. De tal forma que o respeito que ela tem se dá unilateralmente e de acordo com as emoções que ela tem em relação ao adulto. Neste caso há predominância de uma coação baseada nestas subjetividades.
É possível falar de uma ética de valores neste caso? Haveria uma escolha moral baseada na subjetividade da criança? Parece-me que não.
No estado de autonomia a criança começa a ter regras internalizadas. A construção de limites na sua vida começa a ser pautada também por alguma análise incipiente da realidade. Começa a ter a noção do respeito mútuo e este, por sua vez, parece ser melhor aplicado na relação entre iguais. Na relação entre crianças da mesma idade, colegas de escola, amigos etc. não se estabelece a diferença da autoridade, da diferença de idade, geração ou de hierarquia familiar, da escola, da igreja etc. Talvez neste contexto onde o respeito, o amor, os interesses comuns prevaleçam há mais espaço para escolhas morais. Poderíamos começar a falar de ética neste caso?
A resposta não parece ser tão óbvia. A construção da ética se baseia apenas na objetividade das relações? O medo e a afetividade nas relações também estabelece limites éticos?

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